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Simplesmente Álvaro: O Transformer

Quem o viu aterrando na Portela uns meses antes da convocação de eleições para apresentar o seu livro e a sua pessoa, naquele tímido ar informal de professor de província (mais um!) não imagina o poderoso boneco que se desdobra e mecanicamente modifica a sua estrutura, cresce e encolhe a uma velocidade fractal, para se transformar num colosso de incoerência e contradição De fato, não consigo encontrar um lugar para classificação desta espécie na taxonomia política portuguesa.
O Transformer obedece a lógicas próprias, cenas binárias, vetores, lógica pura. Nada onde um comezinho paisano possa atingir. Álvaro utiliza como arma titânica o “raio da contradição”. Diz uma coisa e o seu oposto e não espera nem um dia para a malta esquecer: é no minuto a seguir de modo a que ninguém perceba o que se vai passar, o que é real, ficção ou equívoco. Todos ficam atordoados. Regra geral, as duas coisas são verdadeiras mas vão acontecer em tempos/lugares/dimensões diferentes.

Álvaro torna o Prof. Marcelo uma pessoa razoável na sua duplicidade. Não é fácil!

Vejamos:quando os feirados são 2 que são 4, dois civis e dois católicos e nenhum animista vão desaparecer, mudar de sítio, vendidos à Finlândia; os passes vão ficar mais caros/baratos para os pobres que vão pagar mais/menos de uma forma desburocratizada mas cheia de papéis para os quiosques comprovarem e que com estes aumentos o transporte não melhora os mesmos, pelo que as pessoas devem usar mais apesar da supressão de carreiras, especialmente à noite onde todos se divertem e ao que parece ninguém trabalha (essa é quase verdade!) e assim os malandros dos bandidos não podem vir assaltar as lojas (não tem autocarro, nem ligação ao comboio!) e assim poupamos dinheiro porque ficam mais carros a circular ou que a energia é cara e isso aumenta os custos de produção por isso baixamos salários e aumentamos o tempo de trabalho para tornar a produtividade mais elevada sabendo que a contestação social a essas medidas e o empobrecimento, em todo o Ocidente, resultam em baixas de produtividade elevada e que, com tudo isso, o suposto crescimento necessário não aparece, o que permite elevar os níveis fiscais como forma de compensar a incapacidade de produzir soluções! Tudo, tudo, tudo faz muito sentido para uma máquina.
Não me apetece falar do cluster do pastel de nata (ou de Belém) nem da “vitória” do Acordo de Concertação, onde mais de metade dos trabalhadores sindicalizados não se encontra representado nem se revê em algo, no mínimo, incoerente (que sei eu da linguagem máquina!)

Já estava a fechar este post quando soube da altercação entre Álvaro e Agostinho. O primeiro sentiu-se ofendido por qualquer coisa que ele acha que teve a ver com emigração ou o fato de ele ser emigrante. Novamente, escolheu mal a data, o contexto e o sentido: Não estamos em 1975, nem veio de Angola corrido e ao que parece um Prof. Universitário, quando sai do seu país adquire prestígio académico, ou seja, é valorizado, por vezes em demasia se compararmos com a qualidade de ensino das universidades públicas nacionais. Não é bem a mesma coisa do que “trabalhar nas obras”. Por isso, os ares de virgem ofendida do Transformer mereceram o vibrante “porra!” do Agostinho. É que não há mesmo paciência!

Comentários

Helena Henriques disse…
Pois não. Não há. Trate-se porra! Ou então coma um pastel de belém, mas sem pensar, ou se pensar, não nos comunique por favor!

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