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Vítor, o super-troika

O seráfico fiscal do reino é o único super-herói do governo com a capacidade de pairar sobre os acontecimentos provocados como se não fosse com ele.
Também será o único que imagino a usar collans, não sei se pela figura franzina se pelo ar já de si engraçado.
Vítor é um paladino das Agencias Financeiras e das instituições internacionais. Não há agência europeia que não morra de amores pelo senhor, ministro da CE que não lhe pisque o olho, burocrata que suspire à passagem do seu perfume. Arrisco mesmo dizer que Durão Barroso terá os dias contados, se não aderir a trama alemã de lhe por uns tacões, pintar o cabelo de loiro e anexar duas meloas de Almerim e vende-lo ao povo alemão no lugar da Angela.

Mas toda a gente quer o nosso super-herói.
A principal arma do Vítor é o ataque de taxa que esvazia o vencimento instantaneamente. Também usa por vezes o redutor de deduções, que faz-nos juntar inúmeros papéis que não servem para nada. Também tem outros truques, mas que não veem ao caso.
Dizem as más-línguas que gostariam de coloca-lo na Grécia, a ver se matava os gregos de vez entre o tédio do discurso e as medidas draconianas e a absoluta indiferença com que as aplica, sem vestígio de humanidade a quem não ganhe mais de 15mil por mês. É este amor tão repleto pelos ricos que o torna um sedutor do espaço europeu.

Quem não é capaz de vê-lo como um Bogart das Finanças, copo e cigarro na mão, um olhar de anti- herói perdido na crença de que não há ideais, apenas histórias que vale a pena viver, mesmo que saibamos que, no fim, seremos engolidos pela vida que tratará de diminuir a nossa altivez, arrogância ou simplesmente a coragem! Como não imaginá-lo como um herói solitário num barco precário, a navegar contra as ondas revoltas, numa coragem envolta de demência, a acreditar que levar o barco do ponto A para o ponto B é um destino a cumprir!
Mas mesmo Bogart tinha ideais, não recusava a ajuda aos fracos e sempre teve uma posição anti-poder discricionário (andava então o Mc Carthy a ver se dobrava este verdadeiro herói). Para não ofender Boggart direi apenas que a semelhança está na estatura.
...
(Pela segunda vez começo a escrever sobre um tipo do governo e acontece um “caso” com ele. Desta vez foi uma não – conversa com o Ministro alemão. Porque será que tenho a sensação de que esta “gravação” inconveniente foi encomendada? Há anos que a imprensa é autorizada a recolher imagens o período de acolhimento e nunca ouve uma gravação ostensiva de uma conversa! Depois, o som e imagem não sofrem com o “informal”. Ninguém passa à frente ou atrás, ninguém interrompe, tudo é perfeitamente audível… Não consta existir nenhuma represália ou nota de descontentamento pelo ocorrido e – sejamos honestos – a indignação foi muito ténue para a gravidade do assunto. Quer isso dizer que há mais ministros na liça do controle da informação? Que a imprensa presa-se a pequenos serviços de enquadramento político? O que se passa verdadeiramente aqui? Seria uma notícia para Portugal atenuar o “custe o que custar” que não convence ninguém ou um recado aos gregos que tinham de fechar negociações e que precisavam de um exemplo de como os alemães são bonzinhos com os bons rapazes!Sinistro).

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