Pular para o conteúdo principal

Luciana Abreu e José Sócrates

Não esperem encontrar nenhum cinismo malévolo contra o Primeiro-Ministro!
Tão pouco se trata de mais uma peça a ridicularizar a actriz. Trata-se apenas de uma reflexão sobre um problema que deve afligir Sócrates a partir de agora.
Luciana Abreu mudou radicalmente a sua imagem. Por necessidade de descolar da “boazinha”, da actriz para papéis infantis, fez o “upgrade” sensual para adolescentes.

Indica a necessidade de apontar para outro segmento de mercado e para uma nova carreira, querendo talvez rivalizar com Diana chaves no mesmo nicho de papéis que envolvam aquilo que o povo gosta: sexo, intriga e …corrupção!
Quanto a mim, após o primeiro choque da transformação, apetece-me dizer que o corpo e a carreira é dela e se foi sua a opção por uma modificação radical procurando a atracção do público com o seu novo visual, mais não fez do que caminhar para a coerência das expectativas do mercado.
Não é inovador.

Mas afinal, em que é que tudo isso tem a ver com Sócrates? Tudo.

Não, não é necessário a Sócrates fazer qualquer tratamento para adquirir bíceps ou tomar esteróides para correr a maratona inteira.
São as mudanças que terá de fazer para corresponder as exigências do seu público (esquerda? direita?) e o posicionamento político do PS para as eleições de 2009.
E aqui reside a questão: fará Sócrates uma plástica ao PS de tal forma substancial que o torne novamente apetitoso à esquerda? Conseguirá, depois destes anos de governação transformar o partido em algo de sedutor, que desperte a libido do eleitorado tradicional que, aparentemente, parece atravessar uma fase de disfunção eréctil?
Se sim, até que ponto a “forma” do PS terá de mudar? E, mais do que isso, será que conseguem convencer que o seu “conteúdo” será sempre o mesmo de outrora?
Quanto silicone será necessário colocar para que os olhos se deslumbrem? E o Botox que será preciso para nos perdermos no movimento dos lábios, ignorando as palavras?
Que carreira pretenderá protagonizar num tempo em que parece termos vários tipos de direita e uma esquerda longínqua…

Luciana Abreu mudou. Dirão os puristas e invejosos que se artificializou; outros terão as suas fotografias nas garagens ou debaixo do colchão.
Não é líquido acreditar que por mais plástica que faça, o eleitorado tradicional da esquerda seguirá um ícone recauchutado ou sedutor que se apresente.

Noutros tempos, o socialismo na gaveta incomodou o suficiente para ninguém querer ve-lo trancado num cofre.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alguém nos explica isto?

Os registos de voo obtidos por Ana Gomes em 2006 revelam que, entre 2002-2006, em pelo menos 94 ocasiões, aviões cruzaram o espaço aéreo português a caminho de ou provenientes da Baía Guantanamo . Em pelo menos 6 ocasiões aviões voaram directamente das Lajes nos Açores para Guantanamo. Ver o relatório da ONG britânica. Não creio que isto nos deixe mais seguros e tenho a certeza de que me deixa a consciência pesada, foi o estado em que me integro que permitiu isto. PS (por sugestão do Vinhas). As notícias sobre um dos aviões que transportaram presos para Guantánamo e que agora se despenhou no México carregado de cocaína podem ser vistas aqui e aqui ou ainda aqui.

2013: O que fazer com um ano inútil

Resumindo tudo e contra a corrente de louvor papal, o ano de 2013 teve como figura principal o conflito e poderia ser retratado por um jovem mascarado a atirar pedras contra a polícia. Nunca como em nenhum outro ano a contenção policial foi necessária perante a ordem de injustiças, desigualdades, nepotismos, etc., etc. etc. Os Estados deixaram de representar os povos, as nações estão a ser desmontadas e os grandes interesses financeiros instalam-se com uma linguagem musculada sobre o mundo, definido as barreiras dos que tem e dos que estão excluídos deste novo mundo que se desenha, ficando ainda umas réstias por eliminar mas que se mantem enquanto necessárias. Neste mundo conturbado onde grandes interesses se disfarçam, de Estado (Rússia, China ou Coreia, por exemplo) e onde o Estado foi substituído por interesses específicos de natureza transnacional (Portugal, Grécia ou Itália) ou aqueles em que o Estado é uma fachada de recurso (EUA) para interesses particulares. A dívida, a crise,...