8. O propósito, conteúdo e efectividade da propaganda inimiga, a força e os efeitos da exposição a ela e a natureza das campanhas inimigas actuais são os factores que determinam se ela deve ser ignorada ou refutada.
Esta é uma pecha do nosso homem político. Geralmente não mede bem as consequências públicas de certos gestos ou opções e por vezes “despeja” na comunicação social, um azedume, uma queixa banal ou uma critica irresponsável e pronto! Vai tudo por água abaixo!
Regra geral, o segredo do político nacional é não ser apanhado de ponta pela imprensa. Muitos optam pelo silêncio. Mas o silêncio continuado é muito mal para a imagem, entendido como “soberanamente acima de tudo e todos”, o que também cai mal.
A provocação propagandística da oposição deve ser combatida não à escala da provocação ou da tirada irracional, mas incorporada de duas maneiras possíveis: integradas (“vamos trabalhar com este grupo/partido/associação no sentido de encontrar as melhores opções”) ou reificadas historicamente (“o meu partido/governo/ministério/Câmara tentou, em tempos resolver esta questão. Nessa altura não houve colaboração por parte dos actuais críticos”).
A refutação banal e amesquinhada também não é boa estrategicamente para a imagem.
9. Os efeitos da divulgação, as informações nela contidas e a sua credibilidade são os factores que determinam se materiais de propaganda devem ser censurados.
10. Material de propaganda do inimigo pode ser usado em operações quando isto diminuir o prestígio do inimigo ou apoiar os objectivos do propagandista.
Proponho-vos o exercício sobre o processo OTA, desde o início. Pensem em tudo o que se passou sobre a ideia de um novo aeroporto de 2000 até agora…
11. A propaganda subliminar deve ser usada quando a propaganda aberta tem menos credibilidade ou produz efeitos indesejáveis.
Seguimos agora a senda da estratégia do medo. Lei puras, identificadas com o razoável mas que cerceiam as liberdades fundamentais. Até certo ponto concordamos e aceitamos a sua existência. Mas depois, olhando atentamente, o que verificamos são os seus impactos crescentes. Não gostamos de estados policiais, mas aceitamos câmaras nas ruas que nunca irão solucionar os crimes porque quem soluciona os crimes é a polícia e os tribunais e a estes retiram-se meios e autonomias; concordamos com uma figura central que coordene todas as forças policiais próximo do primeiro ministro, mas não aceitamos de ânimo leve que toda a gestão de informação seja centrada numa figura tão próxima do poder e ponderamos se esta figura só faria sentido em situações limite devidamente identificadas pelas forças policiais e de informação. Mesmo a Lei do Tabaco que exclui o fumo de todo e qualquer estabelecimento sem permitir aos seus proprietários fazerem uma escolha sugere que, qualquer dia, por um motivo qualquer, o fumador resistente será internado em hospitais psiquiátricos compulsivamente… E lembramo-nos dos nossos pesadelos soviéticos e nazis em prol de um mundo limpo, perfeito e asséptico e do preço a pagar pela exclusão. É o medo. O medo cria a aceitação tácita, o delator, o excluído. Uma sociedade com medo sela o seu destino de extinção, dissolução e crime.
12. A propaganda pode ser auxiliada por líderes prestigiados.
Não me irei alongar sobre este ponto. É do conhecimento geral a função dos comentadores televisivos. O problema é quando certos políticos não têm ninguém com prestígio que os defenda por serem tão boçais que não há paciência.
E temos a nossa Fátima Felgueiras que de “estrela emergente da política local, cobiçada por vários partidos” a caso de polícia.
13. A propaganda deve vir na hora certa e não insistir demais.
a. Ela deve sempre atingir o público antes da propaganda inimiga.
b. Cada campanha de propaganda deve começar no momento em que ela venha a ter mais efeito
c. Cada tema de propaganda deve ser repetido o suficiente para "pegar", sem que a repetição o leve a perder sua efectividade
É comum, nos discursos de Natal e Ano Novo que os políticos habitualmente fazem à Nação, lançar pistas sobre o suposto futuro que nos espera e que, salvo situações extremas, é sempre radioso. Também é comum apresentarem no ano eleitoral medidas e políticas residuais com grande impacto mediático para fazer vingar a ideia de que a questão está a ser atacada com seriedade.
A agenda que dita as acções tem a ver com a articulação necessária que existe com a comunicação social ou com opinion makers qualificados numa vectorização programada: imagem do problema construída a partir de um caso real; anúncio de uma entidade oficial da atenção que o poder está a dar ao problema (geralmente efectuada num momento ou situação desvinculada do problema de uma forma objectiva), avaliação da reactividade da oposição (quando existe) e definição do momento de intervenção adequado face ao movimento da opinião pública (quando existe).
Se quisermos, o exemplo prático que terá mais visibilidade será a questão do desemprego no ano de 2008/2009 porque o poder sabe que, neste momento, esta é a questão central. Ao nível dos pequenos poderes autárquicos e das suas sacristias veremos muitos sites, muita publicação propagandística obtusa e muitas iniciativas (e festa!) populares (entenda-se acções de vinculação emocional descartável). Isto mais no Porto onde se tentará provar o impossível: que a cidade antes moribunda, morreu! Pois que com o milagre da ressurreição que se espera haverá muitos votos na manutenção de um status quo de clã e de famílias.
Em Lisboa será diferente e a apologia que deu resultado no primeiro mandato do Rui Rio (com menos ostentação e violência contra as pessoas, é certo) será o saneamento das contas do município.
Tudo isso, bem gerido junto da Comunicação Social que se encontra ao serviço de cada um será servido ao povo como um festim voluptuoso e oco.
Esta é uma pecha do nosso homem político. Geralmente não mede bem as consequências públicas de certos gestos ou opções e por vezes “despeja” na comunicação social, um azedume, uma queixa banal ou uma critica irresponsável e pronto! Vai tudo por água abaixo!
Regra geral, o segredo do político nacional é não ser apanhado de ponta pela imprensa. Muitos optam pelo silêncio. Mas o silêncio continuado é muito mal para a imagem, entendido como “soberanamente acima de tudo e todos”, o que também cai mal.
A provocação propagandística da oposição deve ser combatida não à escala da provocação ou da tirada irracional, mas incorporada de duas maneiras possíveis: integradas (“vamos trabalhar com este grupo/partido/associação no sentido de encontrar as melhores opções”) ou reificadas historicamente (“o meu partido/governo/ministério/Câmara tentou, em tempos resolver esta questão. Nessa altura não houve colaboração por parte dos actuais críticos”).
A refutação banal e amesquinhada também não é boa estrategicamente para a imagem.
9. Os efeitos da divulgação, as informações nela contidas e a sua credibilidade são os factores que determinam se materiais de propaganda devem ser censurados.
10. Material de propaganda do inimigo pode ser usado em operações quando isto diminuir o prestígio do inimigo ou apoiar os objectivos do propagandista.
Proponho-vos o exercício sobre o processo OTA, desde o início. Pensem em tudo o que se passou sobre a ideia de um novo aeroporto de 2000 até agora…
11. A propaganda subliminar deve ser usada quando a propaganda aberta tem menos credibilidade ou produz efeitos indesejáveis.
Seguimos agora a senda da estratégia do medo. Lei puras, identificadas com o razoável mas que cerceiam as liberdades fundamentais. Até certo ponto concordamos e aceitamos a sua existência. Mas depois, olhando atentamente, o que verificamos são os seus impactos crescentes. Não gostamos de estados policiais, mas aceitamos câmaras nas ruas que nunca irão solucionar os crimes porque quem soluciona os crimes é a polícia e os tribunais e a estes retiram-se meios e autonomias; concordamos com uma figura central que coordene todas as forças policiais próximo do primeiro ministro, mas não aceitamos de ânimo leve que toda a gestão de informação seja centrada numa figura tão próxima do poder e ponderamos se esta figura só faria sentido em situações limite devidamente identificadas pelas forças policiais e de informação. Mesmo a Lei do Tabaco que exclui o fumo de todo e qualquer estabelecimento sem permitir aos seus proprietários fazerem uma escolha sugere que, qualquer dia, por um motivo qualquer, o fumador resistente será internado em hospitais psiquiátricos compulsivamente… E lembramo-nos dos nossos pesadelos soviéticos e nazis em prol de um mundo limpo, perfeito e asséptico e do preço a pagar pela exclusão. É o medo. O medo cria a aceitação tácita, o delator, o excluído. Uma sociedade com medo sela o seu destino de extinção, dissolução e crime.
12. A propaganda pode ser auxiliada por líderes prestigiados.
Não me irei alongar sobre este ponto. É do conhecimento geral a função dos comentadores televisivos. O problema é quando certos políticos não têm ninguém com prestígio que os defenda por serem tão boçais que não há paciência.
E temos a nossa Fátima Felgueiras que de “estrela emergente da política local, cobiçada por vários partidos” a caso de polícia.
13. A propaganda deve vir na hora certa e não insistir demais.
a. Ela deve sempre atingir o público antes da propaganda inimiga.
b. Cada campanha de propaganda deve começar no momento em que ela venha a ter mais efeito
c. Cada tema de propaganda deve ser repetido o suficiente para "pegar", sem que a repetição o leve a perder sua efectividade
É comum, nos discursos de Natal e Ano Novo que os políticos habitualmente fazem à Nação, lançar pistas sobre o suposto futuro que nos espera e que, salvo situações extremas, é sempre radioso. Também é comum apresentarem no ano eleitoral medidas e políticas residuais com grande impacto mediático para fazer vingar a ideia de que a questão está a ser atacada com seriedade.
A agenda que dita as acções tem a ver com a articulação necessária que existe com a comunicação social ou com opinion makers qualificados numa vectorização programada: imagem do problema construída a partir de um caso real; anúncio de uma entidade oficial da atenção que o poder está a dar ao problema (geralmente efectuada num momento ou situação desvinculada do problema de uma forma objectiva), avaliação da reactividade da oposição (quando existe) e definição do momento de intervenção adequado face ao movimento da opinião pública (quando existe).
Se quisermos, o exemplo prático que terá mais visibilidade será a questão do desemprego no ano de 2008/2009 porque o poder sabe que, neste momento, esta é a questão central. Ao nível dos pequenos poderes autárquicos e das suas sacristias veremos muitos sites, muita publicação propagandística obtusa e muitas iniciativas (e festa!) populares (entenda-se acções de vinculação emocional descartável). Isto mais no Porto onde se tentará provar o impossível: que a cidade antes moribunda, morreu! Pois que com o milagre da ressurreição que se espera haverá muitos votos na manutenção de um status quo de clã e de famílias.
Em Lisboa será diferente e a apologia que deu resultado no primeiro mandato do Rui Rio (com menos ostentação e violência contra as pessoas, é certo) será o saneamento das contas do município.
Tudo isso, bem gerido junto da Comunicação Social que se encontra ao serviço de cada um será servido ao povo como um festim voluptuoso e oco.
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