Esta campanha tem singularidades relativamente as anteriores.
Uma delas tem a ver com a integração no discurso sobre a influência doutros países na sociedade portuguesa. Se antes era comum ouvirmos da esquerda a menção aos efeitos nocivos do capital estrangeiro sobre a nossa economia e a sujeição ao grande capital das multinacionais, mesmo antes da globalização integrar a história, agora temos a direita conservadora a falar da dependência nacional.
Não se trata da extrema-direita com aquela conversa dos malandros dos estrangeiros que só vieram para cá para receber o RSI que, como sabemos, é uma fortuna. O ódio aos estrangeiros radica apenas no facto deles serem diferentes, sendo apenas uma componente irracional como tal de importância nula.
Esta entrada da direita no panteão dos defensores da soberania nacional surpreende. Os defensores de uma economia de mercado e aqueles que encontram virtudes no capitalismo de escala não deveriam olhar com surpresa a forma como um país de maior capacidade económica absorve a economia doutro de menores recursos e periférico. É a lei da vida, em que os mais fortes dominam os mais fracos e a base do seu raciocínio económico.
Rasgar acordos com um país não será boa ideia se um governo não pretende empreender uma revolução na sua forma de estar e viver. Seria um contra-senso absoluto.
A não ser que esta mesma direita entenda que a soberania nacional já não terá tanta importância se estes acordos forem realizados com Mariano Rajoy. Se for este o caso estaremos só a falar de “panelinhas” ibéricas (as do PS e as do PSD) e nessa circunstância melhor seria MFL abandonar rapidamente este discurso, porque o que estaria em causa – isso sim – seria a constatação de que a politica portuguesa já teria sido absorvida pela espanhola.
Se, por outro lado, estamos a falar de um nacionalismo requentado, MFL estará a perder o seu tempo. Qualquer português médio compreende que a inevitável invasão económica espanhola que ocorreu nos anos 80 (tempos PSD) não pode ser travada agora sem criar uma ruptura de grande envergadura na qual nada ganharíamos (o Brasil e os PALOP’s necessitam dessa ligação à Espanha como porta de entrada na Europa. Se virássemos as costas à Europa os nossos “aliados naturais” ficariam no mínimo desagradados).
Há que reconhecer a nossa dimensão.
Poderemos no entanto assegurar que os direitos de solo, água, floresta e zona marítima são propriedade inalienável do povo português e que não são susceptíveis de privatização ou negociação. Só que isso vai contra o espírito de funcionamento do próprio PSD e PS pelo que não vejo outra forma de nos entendermos senão aceitar a presença de Espanha no nosso país como uma consequência natural da globalização, esta que todos estão contra mas que ninguém está disposta a combater.
Uma delas tem a ver com a integração no discurso sobre a influência doutros países na sociedade portuguesa. Se antes era comum ouvirmos da esquerda a menção aos efeitos nocivos do capital estrangeiro sobre a nossa economia e a sujeição ao grande capital das multinacionais, mesmo antes da globalização integrar a história, agora temos a direita conservadora a falar da dependência nacional.
Não se trata da extrema-direita com aquela conversa dos malandros dos estrangeiros que só vieram para cá para receber o RSI que, como sabemos, é uma fortuna. O ódio aos estrangeiros radica apenas no facto deles serem diferentes, sendo apenas uma componente irracional como tal de importância nula.
Esta entrada da direita no panteão dos defensores da soberania nacional surpreende. Os defensores de uma economia de mercado e aqueles que encontram virtudes no capitalismo de escala não deveriam olhar com surpresa a forma como um país de maior capacidade económica absorve a economia doutro de menores recursos e periférico. É a lei da vida, em que os mais fortes dominam os mais fracos e a base do seu raciocínio económico.
Rasgar acordos com um país não será boa ideia se um governo não pretende empreender uma revolução na sua forma de estar e viver. Seria um contra-senso absoluto.
A não ser que esta mesma direita entenda que a soberania nacional já não terá tanta importância se estes acordos forem realizados com Mariano Rajoy. Se for este o caso estaremos só a falar de “panelinhas” ibéricas (as do PS e as do PSD) e nessa circunstância melhor seria MFL abandonar rapidamente este discurso, porque o que estaria em causa – isso sim – seria a constatação de que a politica portuguesa já teria sido absorvida pela espanhola.
Se, por outro lado, estamos a falar de um nacionalismo requentado, MFL estará a perder o seu tempo. Qualquer português médio compreende que a inevitável invasão económica espanhola que ocorreu nos anos 80 (tempos PSD) não pode ser travada agora sem criar uma ruptura de grande envergadura na qual nada ganharíamos (o Brasil e os PALOP’s necessitam dessa ligação à Espanha como porta de entrada na Europa. Se virássemos as costas à Europa os nossos “aliados naturais” ficariam no mínimo desagradados).
Há que reconhecer a nossa dimensão.
Poderemos no entanto assegurar que os direitos de solo, água, floresta e zona marítima são propriedade inalienável do povo português e que não são susceptíveis de privatização ou negociação. Só que isso vai contra o espírito de funcionamento do próprio PSD e PS pelo que não vejo outra forma de nos entendermos senão aceitar a presença de Espanha no nosso país como uma consequência natural da globalização, esta que todos estão contra mas que ninguém está disposta a combater.
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